01 novembro 2010

Juliana parte II





"Sinto muito sua falta minha querida. Não me deixa sem ti por muito tempo. Teus olhos sempre sabia como me confortar. Teus abraços sabia exatamente como me acalmar. Tua beleza me fascina! Como sinto sua falta minha amada!! Por favor, me deixa te ver!! 
Meu endereço é Rua José Albuquerque, 341, Vitória. Por favor, vem me encontrar.


Pra sempre vou te esperar.."

Pra sempre teu, Cherie

Não podia acreditar no que estava lendo! Podia ter um encontro com alguém.. Mas ele estava esperando a Juliana Maria.. O que fazer? Foi pra diante do espelho, sempre ele. Na carta dizia que a sua beleza o fascinava." Que beleza?" se perguntava. "E se eu fosse até lá? Pra conhecê-lo, dizer que ele errou de endereço e que as cartas não era pra ela. Pelo menos assim tinha com quem conversar né?" Falava em voz alta diante do espelho. "Não tinha nada a ver ela ir até lá." Decidiu não ir.
Passou quase um mês e as cartas eram diárias e a sua ida ao espelho também. Sua fisionomia ia mudando aos poucos. Cada vez mais ela ia deixando a voz sair de suas cordas vocais. Percebeu que tinha uma linda voz. Em alguma carta falava sobre música e ela foi procurar cds pra ouvir, foi aí que começava a cantar e ela ia se libertando cada vez de uma prisão que pela dor da perda tinha causado em sua vida. 
Cada vez mais se sentia bem.. E percebeu que estava apaixonada pelo o alguém da carta. As cartas diárias eram seu alicerce.
Decidiu ir até a casa do C.H.E.R.I.E.
Arrumou-se toda, deveria estar bem bonita pra que ele a visse. Foi crescendo dentro dela uma vontade de ser dele. Totalmente dele. Parou diante do espelho e viu que estava bem bonita, apropriada para a ocasião. Seu coração disparava. Voltou umas quatro vezes, mas decidiu e ela iria até o fim.
Chegando lá olhou o endereço, trouxe consigo todas as cartas. Devolveria todas. 
Quem abriu a porta foi um homem de pele branca, bem cuidado, forte, olhos pretos fortes, incisivos. Ficou sem palavras diante de tanta beleza. Gaguejando falou: "o.o.oolá...Sooou Juliana eeeeeee tenho que devolver essas cartas". Finalmente falou num só respiro. Ela pensou em tudo o que sentiu ao ler todas aquelas cartas, o bem que ela fazia. E se ele fosse um maníaco? Não num podia ser.. 
O rapaz bonito pediu par entrasse e com uma cara de interrogação. Juliana toda sem jeito entrou e começou a falar: " Eu não queria ler suas cartas, mas li e elas me fizeram bem. Contava as horas pra que suas cartas chegassem. Elas me deram um novo animo. Era a única forma que tinha e estar com alguém. Persoe-me sei que não era pra mim, mas não contive. Elas me fizeram muito bem. É como se depois de suas cartas eu tivesse descobrido o que era ser mulher. Por favor me desculpe.. E e e e e e e e EU ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ!" Falou tudo isso numa fração de segundos. Corou pela última frase. E dizia a si mesmo "que tapada, que besteira eu fiz agora?"  O homem a olhou e riu. "Agora sim Juliana não sabia mais o que fazia. Ele estava rindo da sua cara. Pra que eu vim? Pra que? Droga droga!!!" 
O rapaz a olhou estudando-a e ali começaram a conversar. Falou de toda a sua vida, parecia que já o conhecia a muito tempo. Ele também falou dele. AO final uma descoberta: " Não fui eu quem escrevi estas cartas!" ele falou. Juliana ficou sem saber o que fazer, mas fez. Levantou-se e se despediu. Prometeram se encontrar outro dia.
Juliana foi embora dali feliz porque já estava bem.. Nunca tinha percebido o que ela fizera com sua vida. Riu de si mesma e disse "apaixonada!". Estava apaixonada pelas cartas não por ele.. E onde agora ele estava? Quem escrevera? Pra ela já não importava mais.. Viveria uma vida digna a partir de agora..




As palavras mudaram a vida de Juliana, assim como elas mudam a minha vida. E ainda o que a fez mudar foi o amor por cada parte dela. Começou com as palavras..

2 comentários:

  1. rs, gostei, é incrivel como somos todos dependentes, por mais que acreditemos que somos independentes sempre precisamos de um motivo, de algo para nos mover, para nos modificar, raramente é por nós mesmo, e se for há um motivo maior do que o simples bem estar. rs... Juliana é a prova disso, tudo já existia nela mesma mas ela precisava de um motivo externo para colocar para fora! rsrsrs... muito bom o fim foi difrente! sucesso

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  2. Menina, gostei muito desse cantinho.

    Seguindo =)

    Bjos

    http://ameninaqueroubavaasimesma.blogspot.com

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